quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Beijo-Tchau

Este blog encerra suas atividades aqui.

Te vejo no Haiti: eu, no haiti


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PS: Ah, você, é você mesmo que não assume o que diz, ou melhor se contradiz, inferniza minha vida e depois faz de tudo para que eu fique como a louca da história, já que gosta tanto de saber da minha vida, é só me perguntar, eu respondo num e-mail bem fofo, não precisa me 'stalkear' o tempo todo não...

E outra coisa, caso você tenha se esquecido, quem me infernizou a vida por três meses, até conseguir o que queria foi você. Só para as coisas ficarem claras.


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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Porque eu estou vestida e armada com as armas de Jorge



Eu andarei vestida e armada com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lá fui eu de novo


Sempre vai ter uma música do Chico que diz muito mais do que qualquer coisa que eu possa escrever aqui
. Mas é o que está escrito: O que é que eu posso contra o encanto/Desse amor que eu nego tanto/Evito tanto/E que no entanto/Volta sempre a enfeitiçar?

Retrato em Branco e Preto
(Chico Buarque e Tom Jobim)

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração


terça-feira, 22 de setembro de 2009

...


Passou meu aniversário, minha volta pra casa e já tá quase no dia que volto de vez para o Brasil.
Aconteceram muitas coisas na semana que estive em São Paulo. Talvez coisas demais...

Reencontrei um amigo que não via há muito tempo, que me dá bons conselhos, mesmo que eu não queira ouvir ou dar razão ao que ele diz, e fiquei muito feliz.

Os outros encontros com amigos igualmente amados também foram muito felizes. Quase todo mundo que me é importante estava lá no Roda Viva no dia 11, e depois, numa festa surpresa que eu já desconfiava lá em casa.

Outras coisas aconteceram, tudo íntimo demais, e não vou falar aqui. Mas todas essas coisas contribuíram para o meu atual estado depressivo.

Eu passei anos da minha vida tentando ser uma pessoa melhor e tentando esquecer o que me fez infeliz. Daí, um belo dia, as pessoas chegam, e me dizem coisas sem pensar, sem nem perceber o quanto eu já quis ter ouvido tais palavras, fingem que não disseram nada e acabam me ferindo ainda mais. Meu coração, que nunca cicatrizou de verdade, sempre vai bater mais rápido com qualquer bobagem. E vai insistir em bater errado, num ritmo descompassado, tirando todo o resto do prumo que eu demorei anos para encontrar.

Meus olhos insistem em chorar. E eles, assim como meu coração, deveriam estar acostumados a todas estas coisas...

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quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Eu só quero voltar pra casa

Eu deveria estar escrevendo um texto sobre algum tipo de energia limpa, mas eu não consigo me concentrar.

Passei o dia arrumando minhas coisas porque eu vou mudar de casa aqui. Eu não queria, porque adoro morar sozinha – já que é pra ficar longe da minha casa de verdade, que ao menos eu tenha liberdade - fazer a minha bagunça, mas enfim, como eu não decido sobre a minha vida por aqui, serei obrigada a me mudar. Dividir banheiro com estranho, ainda mais quando o estranho é uma pessoa de 50 anos, com a qual eu não vou muito com a cara, vai ser foda.

O que me dá ânimo é que isso vai ser só até a segunda quinzena de outubro no máximo. Quem me segue lá no twitter sabe que eu me dei de prazo até outubro para ir embora. Eu não suporto mais nem olhar para a cordilheira, e olha que ela é linda. Não suporto mais ter que ficar falando espanhol o tempo todo, não ter com quem dividir essas coisas, não sair de casa, não ter vida social além do trabalho, só falar com as pessoas do trabalho, ou com as esposas dos amigos do trabalho.

Eu vou embora, com emprego ou sem emprego em São Paulo. Hoje, enquanto arrumava o monte de coisa que eu tenho aqui, fiquei pensando: pra quê tanta coisa se eu só saio para ir trabalhar aqui. Preciso só de duas calças e algumas blusas, mais nada. Fiquei olhando o quanto de sapato eu trouxe pra cá, e eu nunca uso, minhas bolsas que estão no armário há meses, algumas ainda com etiqueta e pensando: pra quê tudo isso?

Eu não me arrumo mais. E mesmo sendo gorda como eu estou agora, e nos últimos anos, eu sempre me arrumei. Nunca saí de casa sem um colar, sem passar rímel. Nunca fiquei tanto tempo sem fazer as unhas, sem tingir meu cabelo. Aliás, eu tenho ficado dias sem lavar o cabelo, por que ele vai ficar preso mesmo, então não faz diferença. E eu não sou assim. E eu não quero continuar assim...

A raiva que eu sinto de estar aqui, obrigada pelo meu medo de ficar sem trabalho, de decepcionar as pessoas que acreditaram em mim, pela minha vergonha de dizer que não funcionou, está cada dia maior. Raiva mesmo, eu tive um ataque de raiva no trabalho na terça-feira, chorei um monte, de raiva. Raiva das pessoas, da situação, de mim mesma. De mim mesma por eu ser tão covarde e não falar claramente que eu quero ir embora, que nada mais me interessa aqui. Nem neve, nem deserto, nem glaciares, nem lagos. Quando eu tiver dinheiro eu venho aqui ver. Mas eu não posso mais continuar aqui. Não infeliz como estou agora.

Eu não sei como vai ser meu aniversário daqui a oito dias. O que para mim já não é um dia muito feliz, provavelmente, será mais chato ainda. Porque eu sei que não faço parte da vida de quase ninguém que está em São Paulo. E não faço parte da vida de ninguém que está aqui.

Cada dia que passa eu fico mais triste. Eu já não consigo não chorar todos os dias e pensar que eu estou abrindo mão de ver meu pai enquanto ele ainda respira, de brigar com a minha mãe, de rir com as minhas irmãs, de ir a almoços de família, de ver meus avós, de sair com os amigos, por um trabalho que não me traz satisfação alguma. Só por causa de um trabalho.

Eu só quero voltar pra casa. Só isso.